sexta-feira, 9 de julho de 2010

por que fazer mestrado?

Bem, a idéia do blog surgiu de um desejo de compartilhar informações com quem está em situação parecida com a minha: cursando programa de pós-graduação, ou quem quer fazer mestrado. O que realmente me motivou a criar o blog, foi o trabalho de algumas pessoas que fizeram o mesmo, compartilharam na internet, textos, fichas de leitura, o que me ajudou, e muito, na minha pesquisa.

O objetivo do blog, como diz o título, no momento, é noticiar resistências, principalmente as contemporâneas, e expor meu trajeto no mestrado – as “outras coisas” irão surgindo com o tempo. A primeira postagem, a anterior, foi sobre a política das ruas que está acontecendo na Grécia; já neste post vou falar um pouco sobre a minha pesquisa.

Gostaria de falar sobre a razão de eu ter me metido nessa história de mestrado. Há uma exigência crescente na sociedade pós-moderna. A gente trabalha cada vez mais, estuda cada vez mais. Estamos sempre trabalhando, nos aperfeiçoando. somos disciplinados continuamente, controlados. O motivo mais importante é a possibilidade de conseguir um emprego melhor. Deixando essa obviedade de lado, eu me meti nessa para trabalhar com certos autores, que para mim são muito importantes, não apenas para o meu trajeto como pesquisador, mas também para minha vida.

Esses autores – Antonio Negri e Michael Hardt – têm relação com a vida muito especial, buscam mapear formas de resistência, subjetivas, políticas, econômicas, sociais, etc. Trabalhando com eles, me alio a seu tipo de resistência, e as resistências que eles se aliaram: a multidão.

Considero-os importantes para minha carreira de pesquisador, pois será difícil trabalhar com outros teóricos, possivelmente minhas próximas pesquisas serão condicionadas por eles. Importantes para minha vida, pois em seu estudo muita coisa mudou na forma como encaro o mundo.

Pela centralidade de Negri e Hardt talvez meu desejo se concretizasse se eu estivesse fazendo uma pesquisa puramente teórica. Cogitei essa possibilidade, no entanto, pela natureza do programa que me inscrevi, o da comunicação da Unisinos, fui levado a ter como objeto de estudo, também processos midiáticos.

Os apaixonados pelo campo da comunicação, ao lerem isso possivelmente ficarão indignados, mas isso não deveria ser tão assustador assim: os pesquisadores do campo da comunicação que tratam das resistências – midiáticas – em boa parte usam como referência Negri e Hardt. E como o espaço deste blog não é acadêmico, e posso opinar, eu diria que qualquer pesquisa que trate da potência da vida, da política das ruas, não dos gabinetes, passaria por apropriações de Negri e Hardt, e de outros aliados seus como Deleuze-Guattari e Foucault.

Considerando a impossibilidade de pesquisa centrada nesses teóricos, decidi ter como objeto de estudo resistências midiatizadas. Não entrando diretamente no meu objeto, não estou a fim de falar agora sobre ele, o objetivo da pesquisa seria algo como: mapear as apropriações midiáticas feitas por grupos de resistência contemporâneos, como eles criam lógicas que diferem das lógicas das grandes mídias. Negri e Hardt me possibilitam a conceituação das resistências, a Multidão.

Passei por inúmeros testes, exames, como as disciplinas, a orientação, e esta semana a banca de qualificação. E minha sugestão de agenciar com esses autores foi aceita – ou seja, estou mais integrado no campo do que penso. Finalizo aqui essas palavras sobre um de meus objetivos no mestrado, tenho outros é claro, falo sobre eles depois.

Um comentário:

Ivana Lima Regis disse...

Oi, Diego! Cheguei aqui pra conferir a dica do seu irmão. Gostei do que vi. Não sei se te interessa, mas queria te falar duas coisas: coloca um contador, se já não estiver usando um (invisível; mostra quais blogs vc gosta/acompanha pq links "amigos" são super importantes na divulgação: começa com o meu! rsrsrs
Abs. Sucesso (no blog e no mestrado)!