sábado, 24 de junho de 2017

por uma teoria suja

                                                       
                                    Cartinha de Amor para Maceduss 

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Pintou sujeira, rolou sujeira, o sujeira tá na banda, seu sujo, seu imundo, seu porco. Um texto científico deve ser limpo, o mais possível. A cidade tem que ser limpa, a casa limpa, o corpo limpo, perfumes, pratos especiais. Da Vinci odiava a sujeira da peste. Acabaram com as Passagens de Paris. Prefiro bombas de efeito moral desde que saia do cú de um porco. O Rio Sujo é nosso cenário de fim de tarde; sujo, podre, com urubus e peixes mutantes que apenas os urubus comem. Um urubu come carniça já que tem estômago forte; gosto mais de um bom fígado. Mijam na rua, no Centro, o cheiro é delicioso. Os crakeiros são nossos vizinhos. Os moradores de rua, sujos, os guardadores de carros, sujos, são nossos amigos. Os pombos, ratos com asas, a gente tira foto com eles, ali na frente da Prefeitura.   
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João Gordo não tomava banho e os caras do Sepultura, na boa fase, eram moleques podres. Johnny Rotten. GG Allin o grande sujo. Dirty Harry. Os Skrotinhos. Fresh Fruits for Rotting Vegetables. Porcos em decomposição nos shows de bandas de Black. O viciado em morfina não toma banho. Dar o cú é algo sujo, suja o lençol. A gente lambe elas e elas nos lambem sem que a gente e elas, sem que todo mundo tome banho. Catarro tá ali dentro, pronto pra ser jogado na calçada. Merda tá ali dentro, mijo, suor, uma hora saem de dentro, mas ficam a maior parte do tempo dentro. O ciclo de merda de um filme do Pasolini. Feios sujos e malvados. A gente ficou uma semana sem tomar banho já que tava rolando a festa. Porcos, galinhas no galinheiro. Santa Bosta de Vaca; Deus Cogumelo. Maconha fungada. Chocolate com pelos de rato, gosma de barata, larvas. O maninho que trampa no McDonald's cospe no Mac Lixo Feliz; viva Bob Cuspe!
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O Mano chega com uns lances vermelhos na boca, lambeu uma bocetinha da onda vermelha. Chuva vermelha, porra perolada, chuva negra; cospe em mim! Minha namorada trabalha na rua e chega em casa com aquele cheiro depois de dar pra todo mundo. A estética da fome, a estética daquele que não toma banho já que não tem banheiro público com chuveiro. Se dão o cú no Centro naquele banheiro público, porra os caras podiam meter uns chuveiros ali. O gari que limpa a sujeira é sujo. Toneladas de comida em decomposição. Estamira, a estrela do lixo mais famosa do Brasil. Pau no cú do Joãozinho Trinta, lixo não é espetáculo seu Trinta. É, nazismo que era limpinho, asséptico, com aqueles cabelos ridículos. O presidente faz plástica pra ficar com visual mais limpo. O museu, a galeria são hospitais? Pelo menos no hospital a gente pega infecção hospitalar. Menos pior. O mauricinho lava o carro. O hipster tem a barba mais limpa. Aromaterapia. Cheiro de café quentinho, cheiro de infância; infância, sua puta! A gente prefere Iggy Pop, que tirava meio quilo de ranho do nariz e comia, e a mulherada adorava. Gostava dos abcessos no braço do Dee Dee Ramone. Queria dar um beijo no rosto do Lemmy quando ele tinha furúnculo na cara. Queria beijar a boca dela: meu herpes com o dela. 
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Maceduss só fala palavra de ordem, repete os mesmos clichês faz anos. Ele era amigo daquele que Te Meteu o Pinto. Maceduss queima filme, Maceduss é nóia, Maceduss é lixo; saco de lixo na cara suja, pra esconder a cara suja. Maceduss chama atenção da polícia, daí a gurizada não gosta do Maceduss. Maceduss passa a mão na bunda de todo mundo. Maceduss nunca será Marcos, nem Anonymous. Maceduss é viadinho, não dança nem pega mulher. Maceduss é um tipo de paródia de merda de Debord; sub situacionista. Maceduss é tão ruim que toca menos que Sid Vicious. Maceduss é a nossa vadia. Todos somos vadias, dizem as minas da marcha; é, todas são Maceduss. Mas quando não resta mais nada, a música morreu, eis que surge: Maceduss.
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O noise existe pra que a gente não morra... de tédio. A voz da Madonna, ela podia calar a boca quando eu meto nela. Fazer barulho com estilo é o que chamo de noise. Noise pixa a música. Noise é sujeira não é música. Pra que a gente precisa de música se tem o noise? Black Metal Lo Fi, pedal de distorção virou coisa de criança, som industrial, britadeira no ouvido, gutural de pulmão sujo. 
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Pureza, coca pura, anfetamina pura, codeína pura, corpo podre e sujo, e quanto mais, melhor. Nariz sangrando, veias que já eram, fígado que já foi. Matar células, acabar com a saúde, é melhor que parque de diversões. Mete o pó, mete o noise, faz a mão e FIM.